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2012 - Livro Vermelho 2013

Cryptangium claussenii C.B.Clarke LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 17-05-2012

Criterio:

Avaliador: Pablo Viany Prieto

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Cryptangium claussenii apresenta distribuição geográfica relativamente ampla no território brasileiro, ocorrendo desde o litoral paulista até o norte de Goiás. A espécie habita diferentes fitofisionomias, e está representada em algumas unidades de conservação (SNUC) de proteção integral.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Lagenocarpus minarum (Nees) Kuntze;

Família: Cyperaceae

Sinônimos:

  • > Cryptangium claussenii ;
  • > Lagenocarpus claussenii ;
  • > Lagenocarpus distichophyllus ;
  • > Acrocarpus campestris ;
  • > Acrocarpus densifolius ;
  • > Acrocarpus minarum ;
  • > Cryptangium densifolium ;
  • > Cryptangium distichophyllum ;
  • > Cryptangium glaziovii ;
  • > Cryptangium melanocarpum ;
  • > Cryptangium minarum ;
  • > Cryptangium paucifolium ;
  • > Lagenocarpus campestris ;
  • > Lagenocarpus compositus ;
  • > Lagenocarpus densifolius ;
  • > Lagenocarpus glaziovii ;
  • > Lagenocarpus glaziovii var. pyramidalis ;
  • > Lagenocarpus melanocarpus ;
  • > Lagenocarpus minarum var. densifolius ;
  • > Lagenocarpus minarum var. paucifolius ;
  • > Scleria campestris ;
  • > Scleria densifolia ;
  • > Scleria minarum ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

O hábito característico, semelhante a uma palmeira jovem, torna C. claussenii de fácil reconhecimento (Silva et al., 2009).

Potêncial valor econômico

Apresenta potencial ornamental (Silva et al., 2009).

Distribuição

Ocorre em áreas serranas de Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo (Vitta; Prata, 2009).

Ecologia

Herbácea perene, restrita a áreas de maior umidade e geralmente em altitudes superiores a 1000m. Fértil durante o ano todo, sendo polinizada pelo vento.

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes O Espinhaço é marcado, em praticamente toda a sua extensão, por uma ocupação humana antiga vinculada à extração de ouro ou diamantes e atividades associadas. No entanto, com o declínio das jazidas no final do século XIX, as cidades perderam importância e várias delas vivem atualmente de sua história, encontrando no turismo sua principal atividade econômica. Outras estão resignadas a atividades em pequena escala, como a agricultura de subsistência e o extrativismo. Devido à topografia irregular e ao solo impróprio para agricultura, os campos rupestres não parecem sofrer pressão antrópica acentuada. No entanto, estão sujeitos a queimadas frequentes. Em alguns pontos, estão sendo substituídos por monoculturas de eucaliptos e pinheiros. Em outros, principalmente próximos aos centros urbanos, o aumento no número de casas de veraneio e pousadas é surpreendente. São comuns também a coleta de toneladas de capítulos de sempre-vivas (principalmente Eriocaulaceae e Xyridaceae) para exportação, a retirada de orquídeas, cactos e bromélias para cultivo e a extração de diferentes espécies de canelas-de-ema (ou candombás) resinosas para combustível (Giulietti et al., 1997). Muitas dessas populações são pequenas e a retirada de indivíduos nesses casos pode reduzir significativamente e de maneira irreversível sua variabilidade (e.g. Cavallari et al., 2006), podendo desencadear um processo que culminará com sua extinção. A interferência humana nas comunidades dos campos rupestres, portanto, não é desprezível e já tem sido notada através da menor variabilidade genética e morfológica em populações de plantas do espinhaço (e.g., Gomes et al., 2004). O grande número de espécies vegetais exclusivas dos campos rupestres rende à sua flora a condição de insubstituível. Suas espécies microendêmicas são muitas vezes representadas apenas por pequenas populações e estão por isso mais suscetíveis a episódios estocásticos naturais ou provocados pelo homem. Portanto, os campos rupestres são intrinsecamente ricos em espécies vulneráveis e necessitam de proteção especial. A consciência de que a flora das serras do espinhaço deve ser conservada não é recente e tem sido reforçada a cada novo levantamento. ainda são poucos os estudos capazes de estabelecer prioridades para a conservação da biodiversidade nos campos rupestres. apesar de importantes, várias unidades de conservação não representam toda a heterogeneidade biológica regional e não possuem uma configuração ideal para conservação e manejo efetivo de sua biodiversidade (Funch; Harley, 2007). Para se proteger os campos rupestres é imprescindível conhecer as espécies que ali ocorrem e como elas estão distribuídas (Rapini et al., 2008).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes A Mata Atlântica é um bioma caracterizado pela alta diversidade de espécies e pelo elevado grau de endemismo. A retirada da cobertura vegetal, visando a utilização da área para a agricultura, pastagem, extração de madeira e ocupação humana ao longo dos últimos dois séculos causou a destruição da maior parte deste bioma, restando hoje cerca de 7% a 8% de sua área original. Por esses fatores, foi considerada um dos hotspots da biodiversidade. Devido à ocupação urbana e agrícola, as áreas de mata estão cada vez mais isoladas umas das outras, formando pequenas ilhas de vegetação nativa. Desta forma, a maioria das espécies que vivem nesses fragmentos compõem populações isoladas de populações que habitam outros fragmentos. Para muitas espécies, a área agrícola ou urbana, circundante de um fragmento, pode significar uma barreira intransponível (Galindo-Leal; Câmara, 2005).

Ações de conservação

1.2.2.2 National level
Situação: on going
Observações: Presente no Anexo II da Lista de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção do Brasil (MMA, 2008) e na Lista da Biodiversitas de espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção na categoria "Vulnerável' (VU) (Biodiversitas, 2005).

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: Ocorre no PARNA Chapada dos Veadeiros, Alto Paraíso de Goiás - GO; PARNA Serra do Cipó, Jaboticatubas - MG; P.E. Grão Mogol,Grão Mogol - MG;P.E. Ibitipoca, Lima Duarte - MG;P.E. Serra do Cabral, Buenópolis - MG; A.P.A. Cairuçu, Paraty - RJ; P.E. Desengano, Sta. Maria Madalena - RJ.

Referências

- VITTA, F.A.; PRATA, A.P. FLORA DE GRÃO - MOGOL, MINAS GERAIS: CYPERACEAE. Bol. Bot. Univ. São Paulo, v. 27, n. 1, p. 43-62, 2009.

- SILVA, D.B.; FORZZA, R.C.; ALVES, M. Cyperaceae e Juncaceae no Parque Estadual de Ibitipoca, Minas Gerais, Brasil. Bol. Bot. Univ. São Paulo, v. 27, n. 2, p. 219-234, 2009.

- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.

- FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS. Revisão da lista da flora brasileira ameaçada de extinção. Belo Horizonte, MG: FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS PARA A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA, 2005.

- GIULIETTI, A. M.; PIRANI, J. R.; HARLEY, R. M.DAVIS, S.D.; HEYWOOD, V.H.; HERRERA-MACBRYDE, O.; VILLA-LOBOS, J. Espinhaço range region. WWF/IUCN, Cambridge, 1997. 397-404 p.

- CAVALLARI, M. M.; FORZZA, R. C.; VEASEY, E. A. ET AL. Genetic Variation in Three Endangered Species of Encholirium (Bromeliaceae) from Cadeia do Espinhaço, Brazil, Detected Using RAPD Markers. Biodiversity and Conservation, v. 15, p. 4357-4373, 2006.

- GOMES, B.Z.; MARTINS, F.R.; TAMASHIRO, J.Y. Estrutura do cerradão e da transição entre cerradão e floresta paludícola num fragmento da International Paper do Brasil Ltda., em Brotas, SP. Revista Brasil. Bot., v. 27, n. 2, p. pp.249-262, 2004.

- FUNCH, R.R.; HARLEY, R.M. Reconfiguring the boundaries of the Chapada Diamantina National Park (Brazil) using ecological criteria in the context of a human-dominated landscape. Landscape and Urban Planning, v. 83, p. pp. 355-362, 2007.

- RAPINI, A; RIBEIRO, P.L.; LAMBERT, S.; PIRANI, J.R. A flora dos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço, Megadiversidade, n.1-2, p.16-24, 2008.

- GALINDO-LEAL, C; CÂMARA, I.G. Mata Atlântica: biodiversidade, ameaças e perspectivas. São Paulo, SP; Belo Horizonte, MG: Fundação SOS Mata Atlântica; Conservação Internacional, 2005. 472 p.

Como citar

CNCFlora. Cryptangium claussenii in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Cryptangium claussenii>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 17/05/2012 - 19:42:50